segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Revisão de blogs Aula 29/9

I ) Comentários a blogs de alunos
Os comentários serão postados na área de comentários de cada blog tomado como referência, levando em conta os seguintes itens, salientando para cada umdeles os pontos positivos e negativos:
1) Design da página
2) Uso de ilustrações
a)Uso de fotografias – os cortes e ângulos são adequados, qualidade técnica das fotos;
b) Uso de vídeos – os vídeos estão de acordo com a proposta do blog
c) Uso de infográficos foi adequado ou não
3) Seleção de temas para as postagens; os temas estão de acordo com a proposta do blog, foram bem desenvolvido; pontos fracos
4) Texto – Erros gramaticais e ortográficos – índice de incidência
5) Sugestões ao autor –
6) Tempo máximo de execução do trabalho 30 minutos.

Beatriz Cardoso e Cauê Zanini comentam http://abaciadoitacorubi.blogspot.com/
Daniel Bonatelli e Daniele Gelbcke comentam http://domeuda.blogspot.com/
Dany Trovati e Diego Sewald comentam http://bairrojoaopaulo.wordpress.com/
Dylan Pederneiras e Fabiano Pons comentam http://bairropantanal.blogspot.com/
Jacson Santos e Jonatha Regis comentam http://clicktrindade.blogspot.com/
Lanie Márquez e Marcos Rocca comentam http://kobrasol.blogspot.com/
Marluce Santos e Kamila Bittencourt comentam http://coisadevizinho.blogspot.com/
Fernanda Mello e Rodrigo Tramonte comentam http://infocampeche.blogspot.com/
Rogério Câmara e Rubem Miranda comentam http://blogdosacogrande.blogspot.com/
Thiago Porfiro e Viviane Gaertner comentam http://santamonica08.blogspot.com/

II ) Visualização de filme e discussão em aula sobre leitura critica do vídeo exibido

http://marcosrocca.blogspot.com/2008/09/lendo-o-texto-postado-no-blog.html


III) Hiperlinks

Texto para debate

“Barbarians at the Gate or Liberators in Disguise? Journalists, Users and a Changing Media World”. É este o título da conferência com que a investigadora americana Jane Singer abrirá, na próxima sexta-feira (dia 26/9), na Universidade do Minho, o seminário “JORNALISMO: Mudanças na Profissão, Mudanças na Formação“. Jane Singer abordará muito em especial as actualíssimas questões suscitadas pelo chamado ‘user-generated content’ (conteúdos informativos produzidos pelos usuários dos media), bem como as implicações destas novas práticas nas concepções tradicionais de jornalismo, nos seus hábitos, na sua ética profissional. Algumas sugestões sobre o modo como estes assuntos devem passar a fazer parte da formação dos futuros jornalistas serão também apresentadas por aquela professora.

O Seminário - organizado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) - começa às 9h30, no Auditório do Instituto de Estudos da Criança (IEC), na Universidade do Minho, prolongando-se por todo o dia. Entre os profissionais do jornalismo, professores e estudantes convidados para debater o tema contam-se Adelino Gomes, António Granado, João Canavilhas, David Pontes, Abel Coentrão, Luísa Bessa, Pedro Leal, Rui Rocha, Luis Santos, Elsa Costa e Silva, Manuel Pinto, Sandra Marinho e Joaquim Fidalgo.

Quem deseje participar pode ainda inscrever-se durante o dia de quinta-feira, 25/9, através dos mails marinho@ics.uminho.pt ou jfidalgo@ics.uminho.pt , indicando o nome, instituição de pertença e e-mail (custo: 5 euros, estudantes isentos).

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Hipertexto / Hipermidia / Hiperlinks Aula 22/9

1) Conceitos básicos

a) Hipertexto é o conjunto de textos interconectados por links ou hiperlinks.

b) O hipertexto não é exclusivo da internet. Notas de pé de página, referências bibliográficas, também são considerados hipertexto.
Hoje o nome hipertexto está intimamente associado à Web porque ela é o único canal de comunicação que explora plenamente as potencialidades dos links, ao criar possibilidades quase infinitas de conexões.

c) Na estrutura hipertextual online cada texto ou conteúdo não textual é chamado de nodo ou nó.
O internauta se move dentro de um hipertexto online como se estivesse navegando, ele segue os links em ordem variável.

d) Esta navegação sem roteiro pré-determinado é chamada de navegação não linear.

e) Um hipertexto onde os nodos são formados por conteúdos multimídia é chamado de hipermídia.
- Mas há uma grande confusão entre os dois termos e muita gente os utiliza como sinônimos.
- A confusão vem da época que em os links para imagens e áudio estavam incorporados a textos. Hoje já temos botões conectando a imagens e áudio.
- Um sistema multimídia não é necessariamente hipermídia. A diferença está na não linearidade. A televisão é multimídia mas não é hipermídia. O cinema idem.

f) Narrativa hipermídia é a forma de desenvolver uma narrativa usando hiperlinks entre conteúdos multimídia.



2) Funcionamento

a) Na web, os links são programas que permitem localizar e acessar endereços de paginas online. Os hipertextos online surgiram com a invenção da World Wide Web, que é a interface gráfica da internet.

b) Cada hiperlink tem um ponto fixo na página chamado âncora, que uma vez acionada deflagra todo o processo da conexão. Ao acionar a ancora (texto sublinhado) , o computador emite um sinal para a Web contendo a URL da página desejada. Esta URL é decodificada pelos roteadores na Web que enviam o pedido de conexão para o endereço desejado.

3) Subdivisões e categorias

a) Os sistemas hipermídia e hipertexto tem três níveis:
- interface gráfica com o usuário;
- os códigos eletrônicos que asseguram a interconexão (links)
- os bancos de dados onde estão guardadas as páginas ou nodos.

b) Os hiperlinks podem ser divididos em:
- para a home page / página de abertura
- Deep link / link profundo – para páginas secundárias de um site

c) As âncoras podem ser simples (conexão direta) ou múltiplas (drop down, overlay, ) onde surgem menus de links possíveis.

4) Uso de hiperlinks em textos:

1) No próprio texto – pode sobrecarregar visualmente o texto e dificultar a leitura. Usar um ou no máximo dois hiperlinks por parágrafo.
2) Linkar direto da página ou no fim do texto. Link direto pode fazer com que o leitor não volte mais. No final do texto, o leitor pode esquecer de fazer o link.
3) Linkar para a página de abertura ou para o deep link – Se você cita um documento, estatística ou entrevista especifica , deve fornecer o deeplink para evitar que o visitante se perca procurando. Se é apenas uma referência à uma instituição, governo , obra etc então pode ser o link para a homepage.

5) Exercício
Produzir texto de 300 palavras com pelo menos três hiperlinks para páginas externas e publicar no blog pessoal.

6) Documento para consultas
- Multimídia e Hipertexto - A Internet e Além Dela - Jakob Nielsen 1995

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Leitura Crítica Aula 15/9

1) Maquiagem de fotos

Fotografias da guerra no Líbano

foto maquiada


Original


- Maquiagem lançou suspeita sobre todas as fotos
- Reuters demitiu o fotografo e eliminou as fotos para preservar credibilidade, mas a ficou a duvida sobre as demais fotos do arquivo.
- É imposivel checar todas as fotos do arquivo da Reuters onde estão mais de cinco milhões de fotos. Alem disso a Reuters não é o único arquivo de fotos.
- A checagem de uma foto digital para identificar retoques pode levar horas e até dias porque os processos são sofisticados.
- Aparentemente a maquiagem das fotos foi feita para ampliar a dramaticidade do material, um recurso que centenas de jornalistas usam em todo mundo. Só que o retoque também pode ser uma arma política e foi este o angulo usado para desacreditar as fotos.
- A pergunta agora é: confia-se em todas as fotos ou em nenhuma delas?

2) O que é leitura crítica
- Mais do que em qualquer outra época da historia humana, relativizar a informação torna-se uma questão essencial e onipresente.
- A relativização ganhou o nome de leitura crítica. Não se trata de desconfiar de tudo e nem de confiar em tudo.
- Não é uma leitura para achar defeitos.
- É um comportamento individual onde a pessoa procura avaliar as informações recebidas para tomar decisões individuais mais corretas, evitar a propagação de boatos, rumores e meias verdades e contribuir para a melhoria do contexto informativo da comunidade.

3) A internet e os boatos
- a internet é um terreno muito favorável para a disseminação de boatos, rumores, meias-verdades, mentiras completas etc, etc. É fácil, rápido, barato e eficiente.
- as pessoas não estão acostumadas a checar informação. Dependendo de como chega e de quem a traz, aceitamos sem nenhum juízo crítico.
- Resultado, o caráter viral da rede assegura uma ampla circulação de qualquer material colocado na rede.
- Campanhas eleitorais criam ambientes propícios para informações incompletas ou descontextualizadas.
- As pessoas não estão preparadas para dissecar uma noticia. Elas pedem ajuda a quem confiam.
- Com isto tende a aumentar a desorientação das pessoas e cresce o que já se convencionou chamar de era da incerteza informativa.

4) DNA da notícia
- Os comunicados de empresas cotadas em bolsa são hoje quase tão complexos quanto às bulas de remédio, onde os laboratórios oferecem tantas ressalvas que a gente fica até com medo.
- O mercado financeiro foi o primeiro a incorporar a idéia de DNA da informação em seu quotidiano. O valor de uma ação negociada no mercado futuro depende de informações. Se elas não forem verídicas e elas podem provocar verdadeiras tragédias financeiras.
- O mercado da bolsa também descobriu que a informação deve ser igual para todos, para que todos os corretores tenham iguais possibilidades de fazer bons negócios. Por isto pune com tanto vigor a chamada informação privilegiada. A inside information.
- Na bolsa de Nova Iorque, a questão da informação é considerada o mais estratégico setor da atividade financeira. Afinal o que se negocia ali são basicamente informações.
- Na função jornalística, a idéia do DNA da informação está associada ah contextualização da noticia.
- Caso United Airlines ver em Lições de uma “barriga” digital

5) Técnicas de leitura crítica
- A leitura crítica em geral envolve três preocupações: o que o texto propõe (objetivo); o que o texto faz (a descrição e apresentação de evidencias); e o significado texto (a interpretação e contextualização);
- Leitura critica não é apenas fazer um resumo do texto, mas sim tentar identificar a sua estrutura.
- Um leitor não crítico somente se preocupa com os fatos. O leitor crítico valoriza também a forma como os fatos foram contados e as evidencias que os suportam.
- A leitura critica implica alguns passos ou procedimentos cuja importância e validade variam de caso para caso. Faremos apenas uma listagem geral para ilustração:
a) Tente identificar o publico alvo do texto, áudio ou vídeo;
b) Identifique o objetivo central do texto e o dos principais entrevistados. Verifique se as evidencias apresentadas pelos entrevistados são consistentes e se a diversidade de fontes está a altura da complexidade do tema;
c) Se o texto for publicado na web, verifique se o autor fornece links que permitam uma verificação direta da fidedignidade da informação;
d) Identifique quais são os fatos concretos e os rumores;
e) Na leitura critica você não reescreve mentalmente o texto para selecionar as partes que interessam ou não, ou nas partes que mais nos agradam;
f) Leia as noticias até o fim. Às vezes a primeira impressão apos a leitura do lead ou do teaser de apresentação podem ser enganosos, se o material for mal preparado.

6) Exercício de leitura crítica
Produzir um texto de 300 palavras sobre a noticia abaixo publicada esta semana na revista Época e publicar no blog pessoal até o final da aula. O texto deve ser construído seguindo as técnicas de leitura crítica listadas no resumo da aula (acima)

Que a vida moderna é uma selva, a gente já sabe. Já a filosofia está se tornando um verdadeiro zoológico. Após a febre dos cães filósofos, que, a exemplo de Marley, inundaram livrarias e criados-mudos do mundo todo dando lições de vida a humanos, outros bichos surgiram para morder seu quinhão no mercado da auto-ajuda. Agora é a vez de as baleias, esses imensos mamíferos marinhos, guiarem os pobres leitores nos difíceis embaraços do cotidiano.

É o caso de O Que a Baleia Shamu me Ensinou sobre Vida, Amor e Casamento (Editora BestSeller, 208 páginas, tradução de Alice Xavier), da jornalista americana Amy Sutherland. O livro começa com a seguinte descrição: a autora está de olho numa tela, hipnotizada com um show da baleia Shamu. É aquela orca do parque aquático Sea World, presente em várias cidades americanas (aquela orca que morreu umas dez vezes, mas foi substituída sucessivamente e continua se chamando Shamu, sabe?). Os saltos do bichão molhado provocam uma reflexão profunda em Amy Sutherland. A imagem da baleia, segundo a escritora, a lembra de quanto ela mudou. Como assim? Será este um livro que receita uma dieta radical, com poderes transformadores? Tipo “passe de uma orca a uma gazela em um mês”? Ou então é um relato lisérgico de um final de semana de bebedeiras em que a escritora nadou no mar sem maiô e daí aprendeu a nunca mais encher a cara? Nada disso!

A baleia é uma filósofa de primeira. Mostrou para a autora como devemos conduzir nossos relacionamentos. A metodologia é simples: lide com seus semelhantes como se fosse um treinador de animais exóticos. Trate seus amigos, seus pais e seu marido ou mulher como babuínos, emas a ser adestrados, e tudo vai dar certo.

A vida da autora começou a mudar quando ela freqüentou um curso de adestramento de filhotes, para treinar sua cadela pastor alemão. “Encontrei uma nova pessoa em mim”, escreve ela. Uma pessoa raciocina como baleia. Eu diria que é um upgrade mental e psíquico. A coisa fica um pouco interessante quando a fã de Shamu diz que não devemos projetar características e sentimentos humanos nos animais. Ela explica que papagaios não têm ciúme do dono e que vários bichos detestam ser abraçados. Tudo isso, pasmem, para concluir que o inverso é bem mais vantajoso: devemos projetar as características dos animais nos humanos, para lidar melhor com eles!

Fonte - Revista Epoca

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Padrões de leitura online Aula 8/9

1) Principal diferença - leitura em papel é 25% menos cansativa que no monitor
2) Conseqüência – textos são mais curtos na Web
3) Leitura padrão F – projeto Eyetrack (power point com ilustrações)
4) Leitura na Web é mais completa do que no papel - leitores online lêem mais dos textos que selecionam que os leitores de jornais impressos. Em média, leitores online lêem 77% dos textos escolhidos, contra 62% de leitores de jornais em formato tradicional e 57% dos consumidores de tablóides.
5) Os leitores online se dividem em dois tipos: os metódico e os scaneadores (Scanners), cerca de 50% de cada tipo. Já os leitores de impressos contam com 75% de leitores metódicos. Os escaneadores primeiro fazem uma leitura 'por alto' de toda a página e, em seguida, escolhem o que vão ler em detalhes; os metódicos começam com a leitura de uma história e em seguida passam para outras, sucessivamente.
6) Publicidade
- Presta-se muito mais atenção ao anúncios de texto que aos que incluem imagens ou multimídia.
- Os anúncios de texto chegam a serem vistos quase 5 vezes mais que os gráficos. Cabe assinalar que os pontos onde o leitor observa mais, não têm que ser necessariamente os que mais cliques recebam.
- As publicidades mais lidas são as de cima e as da esquerda. Na direita, qualquer mensagem passa mais desapercebida, embora sempre serão vistas pelo menos um pouco mais que as da parte debaixo.
- É bom também colocar os anúncios perto do conteúdo editorial mais importante.
- O tamanho também importa, embora isto pode parecer óbvio, porque é normal que se a imagem tem um tamanho maior, mais possibilidades terá de chamar atenção. Só um terço dos visitantes prestam atenção aos banners pequenos que muitos de nós colocamos na direita dos portais dos sites.

7) Produzir um texto de 400 palavras respondendo às seguintes perguntas:

- Você acha que os jovens lêem pouco hoje? Porquê?
- O que você acha que está faltando nos jornais atuais? Na TV? No rádio? na Web?
- Qual o veículo de comunicação mais importante para a informação de um jovem?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Técnicas de Redação Online – Aula 1/9

1) No início, o jornalismo online importou todas as técnicas de redação usadas em jornais impressos, na rádio e na televisão.

A transposição de regras fez com que técnicas como a da pirâmide invertida passassem a ser usadas em textos online, especialmente nos portais noticiosos e nas versões online de jornais impressos.

A pirâmide invertida é uma técnica desenvolvia pelo jornalismo convencional por meio da qual a parte mais atual, relevante ou criativa encabeça o texto.

A pirâmide concentra suas atenções na resposta das perguntas básicas de uma noticia: o quê, quando, como, porquê e quem.

A teoria da pirâmide foi criada pelos jornalistas na época da Guerra Civil norte-americana, entre 1861 e 1865, quando as notícias eram transmitidas por telégrafo e nem sempre podiam ser passadas completas, porque as linhas de transmissão eram cortadas.

Até então se usava na imprensa o estilo cronológico, onde o mais recente era contado por último, seguindo as técnicas literárias do conto, novela ou romance.

A partir da parte considerada mais importante, que seria a base da pirâmide, o texto passa a detalhar todos os demais aspetos da notícia, preocupando-se em narrar os fatos e interpretar suas conseqüências. A pirâmide vai do mais importante para o menos importante.

Esta teoria foi desenvolvida por estudiosos do jornalismo com três objetivos:
a)Satisfazer a curiosidade imediata dos leitores mais apressados;
b)Induzir os leitores a continuar lendo o texto, a partir do interesse despertado pelas frases iniciais (lead e sub-lead);
c)Permitir o corte da notícia em que ela perda seu sentido e importância, em caso de não haver espaço para publicação do texto na íntegra.

2) Mas depois com o crescimento dos blogs e o desenvolvimento da multimídia, surgiram novos estudos visando adaptar a técnica da pirâmide invertida à narrativa na web.

Aí surgiram várias correntes:

a)Os que defendem a sua manutenção alegando que a noticia é noticia tanto a mídia impressa como na Web;
b)Os que rejeitam o uso da pirâmide, especialmente nos blogs, porque a narrativa neste tipo de página web se aproxima mais do estilo contador de historias, mais informal. Além disso, na web não há limitações de espaço, portanto não existe o risco das matérias serem cortadas “pelo pé” , perdendo sentido;
c)Os que inventaram a tese da pirâmide deitada, ou seja, uma combinação dos das duas técnicas de narrrativa. Na página de abertura, a noticia seria construída seguindo o esquema da pirâmide mas depois nos links, usaria o sistema narrativo tipo contador de histórias.



Exercícios

1) Identifique nos dois textos abaixo, qual o que usa pirâmide e qual o que não usa. É essencial dizer o porquê num texto de 150 palavras e que será publicado no blog do aluno, até o final da aula.

Texto A

OAB apóia criação de Conselho de Jornalistas

Brasília - O presidente nacional da OAB, Roberto Busato, manifestou hoje apoio à iniciativa do governo de enviar ao Congresso Nacional projeto de lei criando o Conselho Federal de Jornalismo. Segundo Busato, assim como ocorre com a advocacia, que tem o seu Conselho Federal da OAB, os jornalistas poderão dispor de instrumentos legais eficazes para fiscalizar o exercício profissional e os cursos de comunicação social. Busato não vê risco de cerceamento à liberdade de expressão, uma vez que será dado ao próprio jornalista - e não ao Estado - o papel fiscalizador.
"Ao que me consta, esta é uma discussão antiga e uma aspiração dos jornalistas, manifestada em vários congressos da classe", afirmou Busato. "Como está hoje, a Federação Nacional dos Jornalistas, cuja composição é estritamente sindical, não consegue impor seu Código de Ética nem fiscalizar eficazmente o exercício da profissão. Com o Conselho, que tal como a OAB será um órgão independente, a profissão terá uma nova dimensão e o jornalista poderá trabalhar com mais liberdade, inclusive participando mais efetivamente das discussões em torno dos rumos da imprensa no País."

Texto B

A selvageria, que é companheira permanente do brasileiro, parece disposta a fazer escândalo periodicamente para que ninguém se esqueça de que ela existe e que é forte e muito disseminada. (...) O sistema policial brasileiro continua sendo precário, contaminado. O aparelho judicial move-se com exasperante lentidão. Enfim; a “honra” do Estado brasileiro não será lavada apenas pelas prisões dos responsáveis pela chacina da vez. (Clóvis Rossi).

Os exercícios 2 e 3 serão preenchidos em folha separada.

Texto de referência:

Invertida ou deitada

Texto extraído da resenha de Diego Moraes e Andréia Rangel sobre o livro Webjornalismo: Da Pirâmide invertida à pirâmide deitada, do proferssor português João Canavilhas. (http://artefato.digital.jor.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1611&Itemid=127)

Alguns leitores de notícias na web querem informações enxutas, de maneira a compreender rapidamente somente o essencial. Para eles, o modelo da pirâmide invertida pode ser a mais eficaz, porque concentra os dados mais relevantes logo no primeiro parágrafo (o lead) e traz informações complementares nos próximos dois ou três parágrafos. Em um texto com menos de 15 linhas, o leitor pôde ter acesso aos elementos essenciais da informação.

Mas essa técnica está muito atrelada a um jornalismo limitado pelas características do suporte que utiliza: o papel. Usar a técnica da pirâmide invertida na web é cercear o webjornalismo, segundo Canavilhas, de uma das suas potencialidades mais interessantes: a adoção de uma arquitetura noticiosa aberta e de livre navegação. Na internet, em vez da notícia fechada entre as quatro margens de uma página, o jornalista pode oferecer novos horizontes imediatos de leitura, através de ligações entre pequenos textos e outros elementos de mídia organizados em camadas de informação.

Essa arquitetura pode ser usada não só em jornalismo, mas também em trabalhos acadêmicos, por exemplo. Alguns autores dividem essa arquitetura em seis camadas: na primeira, o resumo do assunto; em seguida, versões alargadas de alguns elementos dominantes no texto; a terceira camada traz mais informações sobre vários tipos do assunto em análise; o quarto nível remete a dados auxiliares ao que há de essencial no campo da investigação acadêmica; o quinto nível traz propostas para discussão dos temas nas aulas; e a sexta camada expõe as reações dos leitores e as discussões com o autor.

João Canavilhas realizou uma amostra para aferir de que forma o receptor conduz a leitura de uma reportagem na internet. Preparou-se uma notícia com dez páginas ligadas por links espalhados pelo texto. Dos 39 leitores que participaram da pesquisa, 76,5% não se limitaram à reportagem principal e acessaram o segundo nível, pelo Link embutido no texto.

Deste grupo, 57,7% passaram para o terceiro nível da notícia, seguindo o único link embutido no segundo texto. No outro texto de segundo nível, 67,6% dos utilizadores passaram para o link seguinte.
Dos 39 leitores, 23% optaram por uma rotina de leitura por nível: seguem o link no local onde está inserido, regressando depois ao texto inicial. Mas 77% optaram por um percurso de leitura próprio, enquanto 11% seguiram um percurso idêntico, com 11 passos iguais.

A conclusão foi que, com a possibilidade do hiperlink, o produtor de conteúdo para web deve pensar novas maneiras de manipular as informações que chegam ao leitor, de maneira que este seja estimulado a permanecer o maior tempo possível na página de determinado meio de comunicação. O trabalho de redação implica lidar com duas variáveis: a dimensão e a estrutura da notícia.

Compreende-se que as prioridades do jornalista da imprensa em papel sejam diferentes das prioridades do webjornalista: enquanto o primeiro dá primazia à dimensão do texto, o segundo deve centrar a sua atenção na estrutura da notícia, uma vez que o espaço é tendencialmente ilimidato.

Se, por um lado, existe o preconceito de que o leitor de notícias pela internet não tem tempo a perder e exige notícias curtas, rápidas, com palavras simples e de fácil compreensão, por outro lado cresce a percepção de que o público da web não pode ser visto de maneira tão homogenia. E a arquitetura possível de ser utilizada nos browsers permite que os veículos atendam a perfis diferentes de leitores em um mesmo texto – ao contrário do jornalismo impresso ou de radiodifusão.

No mesmo webtexto, o leitor pode obter informações resumidas, com o essencial para compreender a notícia, bem como elementos de aprofundamento, listados em hiperlinks, de modo a permitir que o utilizador receba o maior número de informações disponíveis a respeito do tema.

Vantajosa nesse ponto, a estrutura com espaço ilimitado na internet, no entanto, exige um processo de produção mais trabalhoso. Enquanto no papel o leitor tem em mãos exatamente a informação disponível, na internet ele pode procurar sempre mais sobre determinado assunto. E, para não perder a audiência para outro site, o produtor de conteúdo deve estar preparado para suprir essa sede de informações.